14/09/17

Fernanda Botelho - desafio nº 119

Alfinetes e crisântemos
No silêncio da lapela de dona Luísa, o alfinete observa o corpo morto no caixão. Don Tenório nunca gostara de alfinetes, deixara escrito ― quando morresse queria crisântemos brancos a iluminar-lhe o caminho para o além, mas também margaridas, jarros, rosas, uma festa cintilante a enfeitar a estrada dos céus. O branco era a cor dos anjos e o vermelho a do diabo.
Solta-se o alfinete da lapela, cai sobre a mão do morto. Pingos de sangue… vermelho.
Fernanda Botelho, 58 anos, Sintra 

Desafio nº 119 ― crisântemo + alfinete

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