13/06/15

Ai, o escritor...

O solitário agrafador adormecera inebriado pelo perfume do lírio. A poeira do recanto criativo preenchia as rugas de espera do livro inacabado. Nele, o miserável elefante aguardava que a sua tosse seca ecoasse acordando a criatividade do escritor. A cena inacabada deixara-o pendurado num ramo que prometia quebrar. Se ao menos o agrafador despertasse daquela solidão… precisava reforçar o galho. Perdido no desalento, o livro revolve as folhas, desequilibrando o elefante que tomba sobre o escritor, matando-o…

Amélia Meireles, 62 anos, Ponta Delgada

Desafio nº 89 – hist c tosse+lírio+elefante+agrafador

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