17/05/15

Uma ameaça de medo

Primeiro não me apercebi. Gotas e a folhagem das roseiras velhas ainda com os frutos da flor em botão. O vento. Ao longe o som dos automóveis na nova via. Sempre aquele barulho. Tocara o telefone. Anotara a hora da reunião. Depois, novamente, aquela estranha sonoridade que não era nada do que deveria ser. Um silvo, uma angústia, uma ameaça de medo, quase. Abri a janela. Nada vi. Mas eu sabia quem era. Precisava que assim fosse.

Paula Coelho Pais, 53 anos, Lisboa

Desafio RS nº 25 – dedos que batem no vidro (cena)

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