Teias há muitas!... dizia
empertigada, a nédia aranha Felisberta ao mirrado ácaro Felismino. Amizades
improváveis são as que amiúde perduram, pois as incompatibilidades atraem,
atiçam a conquista do terreno alheio.
Aqueles dois fizeram-se
apresentados numa velha mansarda, pejada de trastes, embelecos doutras eras.
Num divertido jogo, Felismino, por
aleivosia, concedia-se à aventura da prisão aramada da amiga, que na sua
paciente crueldade aranhou ostentosa: Não hoje! Vou descer ao salão tecer brilhantes
fios na Árvore de Natal!
Elisabeth Oliveira Janeiro, 70 anos, Lisboa
Desafio nº 80 – o Natal da aranha
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