07/01/14

No limite

Há anos que vivia à mercê do sofrimento. Tentara várias vezes afastar os sentimentos que a habitavam e corroíam. Sem resultado. Dera meses demais já, aguardara na intempérie, na esperança de que uma qualquer rajada a levasse. Esperara na sombra, na paz de uma casa silenciosa. Com calma aguardara a mudança.
Agora, reconhecera, com serenidade, fruto de reflexão prolongada, a impossibilidade de continuar assim; mas também de alterar o rumo. Por isso, atribuíra-se um desígnio: suicidar-se-ia. Finalmente!

Isabel Pinto, 47 anos, Setúbal

Desafio nº 55 – reescrevendo um texto com contrários de palavras impostas, escritas num texto prévio

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