19/07/13

Julho

Não conseguia dormir. Sufocava com o calor do mês de julho abafado no seu corpo. Sentia-se desfalecer, desaparecer imóvel por entre a roupa da cama. Corpo inerte, cansado, que se afundava nos colchões. O corpo rolara, a cara colada à almofada, mesmo que quisesse não conseguia emitir qualquer som. Nenhum socorro viria. Sentia-se como água a deslizar, a desfazer-se. Levitava sobre a cama onde jazia e ninguém surgia. Água de julho, no rio não faz barulho.

Elvira Cristina Silva, 49 anos, Queluz


Desafio Rádio Sim nº 3 – um dos provérbios dados no fim

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